terça-feira, 30 de setembro de 2008

Raul Teixeira - Em Busca da Felicidade

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Aborto Não!

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Afetividade Perturbada

A afetividade é o sentimento que se expressa mediante reações físicas positivas.
O ser humano tem necessidade de prazer, e todos os seus esforços são direcionados para usufruí-lo, evitando a experiência do sofrimento, excetuando-se os casos de transtornos masoquistas. Toda e qualquer busca, conscientemente ou não, aguarda a compensação do bem-estar, que é sempre a fonte motivadora para toda luta.
Desse modo, a afetividade produz uma reação de adrenalina no sangue que leva o indivíduo ao aquecimento orgânico, do qual decorre a sensação agradável do prazer, do desejo de estar próximo, do contato físico, do aperto
de mão, do abraço, da carícia.
A afetividade é inerente ao ser humano, não podendo ser dele dissociada, já que também é natural em todos os animais, inicialmente como instinto de proteção à prole.
Psicologicamente, a sua exteriorização tem muito a depender do convívio perinatal e suas experiências no ambiente do lar, particularmente com a mãe.
Por uma necessidade imperiosa de segurança—que a criança perde ao sair do claustro materno — o contato físico é de vital importância para o equilíbrio do ser. Inicialmente a criança não tem ainda desenvolvido o sentimento de afeição ou de amor, mas a necessidade de ser protegida, de ter atendidas as suas necessidades, o que lhe oferece prazer, surgindo, a partir daí, a expressão emocional, também sinônimo de garantia em relação ao que necessita para viver.
O sentimento da afetividade, porém, é quase sempre acompanhado dos conflitos pessoais, que decorrem da estrutura psicológica de cada um.
Quando não se viveu plenamente na infância a experiência tranqüilizadora do amor, a insegurança que se instala gera conflitos em relação à sua realidade, e todos os relacionamentos afetivos se apresentam assinalados pela
presença do ciúme, da raiva ou do ressentimento.
O ciúme, que retrata a falta de auto-estima, predominando a autodesvalorização, como decorrência da não confiança em si mesmo, transforma-se em terrível algoz do ser e daqueles que fazem parte do seu relacionamento.
As exigências descabidas, as suspeitas insuportáveis produzem verdadeiros cárceres privados, nos quais se desejam aprisionar aqueles que se tornam asfixiados pela afetividade do enfermo emocional. Nesse comportamento, a desconfiança abre terríveis brechas para a hostilidade e a raiva, que sempre se unem como mecanismo de proteção daquele que se sente desamado.
De alguma forma, essa conduta resulta do abandono emocional a que se foi relegado na infância, quando as necessidades físicas e psicológicas não se faziam atendidas convenientemente, resultando nesse terrível transtorno de
desestruturação da personalidade, da autoconfiança.
A desconfiança de não merecer o amor — inconscientemente — e a necessidade de impor o sentimento — acreditando sempre muito doar e nada receber — levam a patologias profundas de alienação, que derrapam em
crimes variados, desde os mais simples aos mais hediondos...
O medo de não ter de volta o amor que se oferece conduz à raiva contra aquele que é alvo desse comportamento mórbido, porque o afeto sempre doa e não exige retribuição, é um sentimento ablativo, rico de oferta. Toda vez que o amor aflora, um correspondente fisiológico irriga de sangue o organismo e advém a sensação agradável de calor, enquanto a animosidade, a antipatia, a indiferença proporcionam o refluxo do sangue para o interior, deixando a periferia do corpo fria, portanto, desagradável, perturbadora.
Todo aconchego produz calor na pele, bem-estar, enquanto que o afastamento gera frio, desagrado, tornando-se difícil de aceitação a presença física de quem é causador de tal sensação.
O amor não pode ser imposto, mas desenvolvido, treinado, quando não surgir espontaneamente.
Esse aflorar natural tem suas raízes nas experiências anteriores do Espírito, que renasce em condições ambientais propiciatórias ou não ao seu aparecimento, ao lado de uma família afetuosa ou destituída desse sentimento, o que contribui decisivamente para a sua existência, para a sua eclosão.
Em muitos relacionamentos o amor brota com espontaneidade e cresce harmônico. Noutros, no entanto, é conflitivo, atormentado, com altibaixos de alegria e de raiva, de ansiedade e medo, de hostilidade e posse.
A necessidade de amor é imperiosa, e subjacente à mesma, encontra-se o desejo do contato físico, enriquecedor, estimulante.
Quando se é carente de afetividade, a mesma se apresenta em forma de ansiedade perturbadora, que gera conflitos e insatisfações, logo seja atendida.
Em tal caso, produz incerteza de prosseguir-se amado, após atendida a fome do contato físico ou emocional. Enquanto se está presente, harmoniza-se, para logo ceder lugar à insegurança, à desconfiança.
Assim sendo, o amor se torna dependente e não plenificador. Transfere sempre para o ser amado as suas necessidades de segurança, exigindo receber a mesma dose de emoção, às vezes desordenada, que descarrega no
ser elegido. Essa é uma exteriorização infantil de insatisfação afetiva, não completada, que foi transferida para a idade adulta e prossegue insaciada.
A afetividade madura proporciona o prazer, sem o qual permaneceria perturbada, angustiante, caótica.
Amar, é um passo avançado do desenvolvimento psicológico do ser, uma conquista da emoção, que deve superar os conflitos, enriquecendo de prazer e de júbilo aquele a quem é dirigido o afeto.Amadurecido pela experiência da personalidade e pelo equilíbrio das emoções, proporciona bem-estar na espera sem ansiedade, e alegria no encontro sem exigência.

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Do livro: Amor, Imbatível Amor - Divaldo Franco Por Joanna de Ângelis

- Ouvindo: Victor e Léo - Lembranças de Amor -

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Estado Mental de Felicidade

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A problemática da felicidade encontra solução eficaz no comportamento íntimo do indivíduo em relação à vida.
Por que transferir para o futuro o momento de ser feliz, quando se pensa em conseguir determinados valores, que possivelmente não lograrão completar o quadro de harmonia e ventura pessoal?
Pode-se e deve-se ser feliz em cada instante, pois tal conquista procede do estado de espírito e não dos recursos materiais amealhados de que se pode dispor.
O dinheiro soluciona alguns problemas; projeta a personalidade; promove socialmente o indivíduo, mas não resolve as situações interiores, nas quais estão as bases da harmonia como do desequilíbrio.
É necessário valorizar-se o que realmente pode proporcionar a felicidade e não os seus acessórios. Digamos, então, que esta é um estado mental, variando de pessoa para pessoa, conforme o seu grau de evolução, portanto, a sua aspiração maior.
As conquistas materiais não dispõem do poder de fazer as criaturas felizes. Podem diminuir-lhes a aflição, atender a algumas necessidades, minorar amarguras, gerar bem-estar e conforto...
Esperando-se conseguir o beneplácito da felicidade, mediante as dádivas da cornucópia da fortuna, por exemplo, perdem-se muitos instantes felizes que dificilmente retornarão.
Essa felicidade dourada, sem preocupações, ociosa, não existe; é miragem que se dilui ante a realidade.
Podes conseguir o estado mental de felicidade permanente, crendo que ela é propiciada pelo amor a Deus, que a deposita no escrínio dos teus sentimentos, a fim de que aí a desdobres, brindando às demais pessoas.
Assim, não obstante as mudanças e circunstâncias em que te encontres, alterando o ritmo dos assuntos e acontecimentos externos, ela permanecerá contigo, porque está em ti.
O vendaval das paixões não a expulsa;
a frialdade do abandono não a empalidece;
o granizo da ofensa não a fere;
o ouro das ambições não a entorpece;
o fogo das lutas cruzadas não a atinge.
Ela permanece serena, e qual chama abençoada, com a sua luz aponta o caminho seguro a seguir aclamando as ansiedades do coração.
A felicidade plena e compensadora não é deste mundo. No entanto, germina e se desenvolve enquanto o Espírito avança pela estrada reencarnacionista, graças às ações desenvolvidas e ao comportamento mantido.
Reservada para o "reino dos céus", é indispensável que o homem lhe conduza as matrizes íntimas mediante as quais se desvela no momento oportuno.

Joanna de Ângelis a

- Ouvindo: Lemar Et Justine - Time To Grow -

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Campanha do Chocolate Caboclinho

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A Campanha do Chocolate Caboclinho do Centro Espírita Humberto de Campos precisa de você!

Demos início a uma campanha para ajudar esse trabalho assistêncial maravilhoso, que foi implantado pela Juventude Espírita Humberto de Campos a cerca de 12 anos e que hoje é muito bem desenvolvida por trabalhadores do CEHC e amigos não vinculados à Casa Espírita. A Campanha do Chocolate Caboclinho tem por sua atividade, o atendimento às pessoas que vivem nas ruas de Vitória da Conquista, onde às terças-feiras, após a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, saímos às ruas da cidade distribuindo chocolate quente, mingau, sopa, pão e o que mais dispusermos no momento... Para que esse trabalho continue sendo tão bem direcionado, contaremos com a ajuda de quem se interessar nos ajudar, para isso distribuiremos pelo Centro, alguns cartazes e panfletos, convidando a todos a trilharem o caminho do amor...

Que Jesus nos ilumine e proteja sempre...
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- Ouvindo: Maria Rita - Encontros e Despedidas -

Empolgada...

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Eu fui me empolgando e postando, e empolgando e postando que nem parei pra dizer o porque de colocar esses textos, ou até mesmo pra que coloquei...

Esse meu blog tem mais o intuito de levar até você, alguns textos que me levaram à reflexão ou me ajudaram de alguma forma... Então nada mais justo do que dividí-los com quem precisa, assim como eu precisei e precisarei de tantos outros que por ventura eu venha colocá-los posteriormente.

Escolhi o texto Amor e Matizes, da veneranda Joanna de Ângelis, pra iniciar as "atividades" desse blog, por ele nos levar à reflexão sobre o amor, tema que será muito divulgado por aqui. Vale muito à pena lê-lo, bem como todo o livro "Garimpo de Amor", da mesma autora espiritual, que trata do amor em vários aspectos da nossa vida.

Então é isso e como ela mesma diz no texto: "O amor é um tesouro que mais se multiplica à medida que se reparte." Vamos repartindo por aqui e por aí então...

Que Jesus nos ilumine e abençõe sempre!

- Ouvindo: Maria Rita - Cria -

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Bezerra de Menezes - O Filme

Música de Arilson Ferraz que está na trilha sonora do filme que conta a Vida e a Obra do Médico dos Pobres, o Dr. Bezerra de Menezes.

A Lei do Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os senti¬mentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencar¬nação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes la¬tentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adianta¬dos são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. — Lázaro. (Paris, 1862.)
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Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 8
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- Ouvindo: Timbaland - Apologize -

Apelo - Bezerra de Menezes

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O Dom Supremo

Abandono de Si Mesmo

A debilidade de resistências psicológicas, que se convertem em ausência de forças morais, conduz o paciente aos estados mórbidos, quando acometido dos desconfortos da timidez, inibição e angústia, que lhe trabalham os mecanismos da mente, deixando-o à deriva.
Revolta e pessimismo assaltam-no, levando-o a paroxismos de desesperação interior, em cujo processo mais se aflige, entorpecendo os centros do discernimento e mergulhando em fundo poço de desarmonia.
Sem motivação estimuladora para buscar objetivos salutares nos rumos existenciais, auto-abandona-se, descuidando da aparência como efeito do pessimismo que o aturde.
Passa a exigir uma assistência que se não permite, e quando alguém se dispõe a oferecê-la, recusa-a, agredindo ou fugindo para atitudes de autocomiseração, nas quais se compraz.
Porque coleciona azedume, a sua faz-se uma presença desagradável, carregada de negatividade, com altas doses de censura aos outros ou de auto-reproche, evitando-se liberação.
A timidez é couraça forte que aprisiona. O tímido, no entanto, adapta-se, e egoisticamente passa a viver em exílio espontâneo, que lhe não exige luta, assim poupando-se esforços, que são inevitáveis no processo de crescimento e de conquista psicológica madura.
A inibição é tóxico que asfixia, produzindo distúrbios emocionais e físicos, transtornando a sua vítima e empurrando-a para o poço venenoso da alienação. Ali, os tóxicos dos receios injustificados asfixiam-no, produzindo-lhe enfermidades físicas e psíquicas em cujas malhas estorcega em demorada agonia.
A angústia despedaça os sentimentos que se tornam estranhos ao próprio paciente, que perde o contato com a realidade objetiva dos acontecimentos e das pessoas, para somente concentrar-se no próprio drama, isolando-o de qualquer convivência saudável, e quando não se pode evadir do meio social, permanece estranho aos demais, em cruel autopiedade, formulando considerações comparativas entre o que experimenta e o que as demais pessoas demonstram. Parece que somente ele é portador de desafios, e que as aflições se fixaram exclusivamente na sua casa mental.
Não cede espaço para a análise dos problemas que a todos assoberbam, e que podem ser examinados de forma saudável, transformando-se em fonte de permanentes estímulos para o desenvolvimento dos recursos de que é portador.
São esses distúrbios emocionais algozes implacáveis, que merecem combate sistemático e diluição contínua, não se lhes permitindo fixação interior. A ocorrência de qualquer um deles é perfeitamente normal no comportamento humano, servindo para fortalecimento dos valores íntimos e da própria saúde emocional.
Inevitável, para a sua erradicação, a busca de recursos preciosos, alguns dos quais, os mais importantes, se encontram no próprio enfermo, como, por exemplos, a auto-estima, a necessidade do autoconhecimento, e do positivo relacionamento no grupo social, que são negados pelos distúrbios castradores.
A auto-estima, na vida humana, é de relevantes resultados, em razão de produzir fenômenos fisiológicos, que decorrem dos estímulos emocionais sobre os neurônios cerebrais, que então produzem enzimas que concorrem para o bem-estar e a alegria do ser.
Da mesma forma que as idéias esdrúxulas, carregadas de altas doses de desesperança e negação, somatizam-se, dando surgimento a enfermidades variadas, as contribuições mentais idealistas, forjadas pela auto-estima, confiança, coragem para a luta produzem estados de empatia, de júbilo e de saúde.
Quando, porém, o paciente resolve absorver os transtornos que o assaltam, demorando-se na reflexão em torno deles, agindo sob os vapores venenosos que expelem, refugiando-se na autocompaixão e na rebeldia, voltando-se contra o grupo social que o pode auxiliar, não apenas amplia os efeitos perniciosos da conduta, como também bloqueia os recursos de auxílio para a libertação, abrindo campo para a instalação de inumeráveis enfermidades alérgicas, de dermatoses delicadas, de problemas digestivos e respiratórios, com profundos reflexos nervosos destrambelhados ou doenças mais graves...
O indivíduo é, com muita propriedade, a mente que o direciona.
As ocorrências traumatizantes, por isso mesmo, ao invés de aceitas pelo Self, devem ser liberadas, mediante catarses próprias ou através da transmudação dos conteúdos, de forma que em substituição aos pensamentos destrutivos, perversos, negativos, passem a ser cultivados aqueles que devem reger as realizações edificantes, interagindo na conduta que se alterará para melhor, direcionada para a saúde.
A impossibilidade de realizá-lo a sós não se torna empecilho para que seja buscada a solução, através do psicoterapeuta preparado, para auxiliar no comportamento e na transformação dos modelos mentais perturbadores.
Ademais, porque originados no cerne do ser espiritual, que se é, a orientação competente que se deriva da evangelhoterapia, face à contribuição do amor e do esclarecimento da causalidade dos problemas, não pode ser postergada ou levada em desconsideração.
Ressumando os miasmas dos erros pretéritos e diante de novas possibilidades que se apresentam auspiciosas, as dificuldades iniciais são a cortina de fumaça que oculta os horizontes claros do êxito, que aguardam ser conquistados após a diluição do impedimento.
Desse modo, o esforço para o autoconhecimento se transforma em necessidade terapêutica, porqüanto o aprofundamento sereno na busca de respostas para os conflitos da personalidade, culminarão apresentando a cada um informações que não haviam sido detectadas lucidamente, e que passarão a contribuir de forma valiosa na conduta.
Quando o indivíduo se comporta através de sucessivas reações sem a oportunidade de atitudes conscientes, que são resultados da ponderação, do amadurecimento, da análise em torno do fato, mais se lhe agravam os efeitos perniciosos de tal atitude. É perfeitamente normal uma reação que decorre da força do instinto de preservação da vida, resguardando-se, automaticamente, de tudo aquilo que venha a constituir sofrimento ou desagrado. No entanto, reações em cadeia, sem intervalos para a lógica nem a meditação em volta do que está sucedendo, tornam-se morbidez de conduta, expressando o desequilíbrio instalado no campo emocional.
Ainda assim, é perfeitamente válido o esforço para a alteração do quadro, buscando entender-se, interrogando-se sobre o porquê de tal procedimento e tentando honestamente mudar dessa direção para outra mais lúcida e racional.
A convivência social, mesmo que se apresentando desagradável para o paciente, irá contribuir para que descubra valores em outras pessoas que, distanciadas, são tidas como antipáticas, inconvenientes ou desinteressantes. Nesse meio, perceberá que todas experimentam as mesmas pressões e sofrem semelhantes problemas, sendo que algumas sabem como administrá-los, dissimulá-los, superá-los, vivendo em equilíbrio, sem escorregarem pela rampa da autopunição, da autocompaixão, do auto-amesquinhamento.
O abandono de si mesmo é forma de punir a incapacidade de lutar, cilício voluntário para a autodestruição, recurso para punir os familiares ou a sociedade na qual se encontra. Sentindo-se impossibilitado de competir, negando-se a lutar, recalcando os conflitos na raiva e na mágoa, castiga-se, para desforçar-se de todos aqueles que se lhe apresentam na mente atormentada como responsáveis pelo seu estado.
Enquanto o indivíduo não se resolva por crescer e ser feliz, esses algozes implacáveis e mais outros atormentá-lo-ão, ferindo-o, cada vez mais, e dominando a sociedade que passará a ser-lhe vítima.
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Do livro: Amor, Imbatível Amor - Divaldo Franco Por Joanna de Ângelis

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- Ouvindo: Maria Rita - Muito Pouco -

Amor e Matizes

O amor é um tesouro que mais se multiplica à medida que se reparte.

Alcança-se a plenitude terrena quando se consegue amar.
Amar, sem qualquer condicionamento ou imposição, constitui a meta que todos devem perseguir, a fim de atingir o triunfo existencial.
O amor é um diamante que, para poder brilhar, necessita ser arrancado da ganga que o envolvendo seu estágio primário.
Nasce do coração no rumo da vida, expandindo-se na razão direta em que conquista espaço interno, sempre mais expressivo e irradiante.
É realização do sentimento que se liberta do egoísmo, que se transmuda em compaixão, em solidariedade, em compreensão.
Possuidor de emoções superiores, expressa o nível de evolução de cada ser, à medida que se agiganta.
Quando alguém empreende a tarefa de ser aquele que ama, ocorre uma revolução significativa no seu psiquismo, e todo ele se transforma numa chama que ilumina sem consumir-se, numa tranqüilidade que não se altera.
Não poucas vezes, aquele que desperta para o amor experimenta frustração e conflito, por não ser entendido ou esperar que os resultados do seu empenho sejam imediatos e logo a plantação de ternura seja abençoada pelas flores perfumadas da recompensa.
Trata-se, essa reflexão incorreta, de algum remanescente ainda egoístico em torno de equivocado conceito sobre o amo.
É muito gratificante acompanhar o desenvolvimento de qualquer empresa, observando os resultados que apresenta, os frutos que produz, as gratificações que oferece. No entanto, não é essa a resposta do empreendimento afetivo.
Não estando as criaturas acostumadas ao amor, mas sim à convivência com as utopias, os interesses mesquinhos e competitivos, quando o defrontam, afligem-se, desconfiam, reagem negativamente, recusam-no. É perfeitamente natural essa conduta, por que defluente do desconhecimento dos inexcedíveis benefícios do amor.
Tudo quanto é inusitado inspira suspeição.
Porque alguém não se sente em condições de amar, não acredita que outrem se encontre nesse patamar do sentimento elevado.
O amor, porém, que insiste e persevera, termina por vencer quaisquer resistências, porque não se impõe, não gera perturbação, não toma, somente oferece.
O amor torna o ser compreensivo e dedicado, emulando-o a prosseguir na sementeira da bondade do bem-estar próprio e geral.
O amor é sempre mais enriquecedor para quem o cultiva e esparze-o do que para os demais.
O amor apresenta-se em variados matizes, que são resultados das diversas facetas da mesma gema, refletindo a luz em tonalidades especiais, conforme o ângulo da sua captação.
Expressa-se num misto de ternura e de companheirismo, de interesse delo êxito do outro e de compreensão das suas dificuldades, de alegria pelas suas conquistas e de compaixão pelo seus desaires, de generosidade que se doa e de cooperação que se ajuda.
Mesmo quando não aceito, não se entristece nem descamba em reações psicológicas de autopiedade, preservando-se do luxo de manter ressentimento, ou de propor o afastamento de quem não o recebe.
Pelo contrário, continua na sua tarefa missionária de enriquecer, às vezes desaparecendo da presença para permanecer em vibrações de doçura e de paz, sustentando o opositor e diluindo-lhe as impressões perturbadoras.
Deve ser enunciado ou pode manter-se em silêncio, a depender das circunstâncias, das ocorrências, dos fenômenos que se derivam dos relacionamentos.
O importante é que se transforme em ação paciente e protetora, sem asfixiar nem dominar a quem quer que seja.
Nunca desfalece, quando autêntico, embora haja momentos em que a sua luz bruxuleia um pouco, necessitando do combustível da oração que o fortalece, por vincular a criatura ao seu Criador, de Quem promana como inefável recurso de plenitude.
Quando os relacionamentos humanos experimentarem o estímulo do amor, os famigerados adversários da sociedade – guerras, calamidades, fome, violência, vícios – desaparecerão naturalmente, porque desnecessários entre os seres, em razão de os seus conflitos, agora atenuados, não mais buscarem esses mecanismos infelizes de sobrevivência, de exaltação do ego ou de dominação arbitrária do seu próximo.
O amor tudo pode e tudo vence. Não se afadigando mediante a pressa, estende-se ao longo do tempo como hálito de vida que a mantém a brisa cariciosa que a beneficia.
Onde se apresenta o amor, os espectros do ódio, do ciúme, da cizânia, da maledicência, da perversidade, da traição, do orgulho se diluem, cedendo-lhe o espaço para a fraternidade, a confiança irrestrita, a união, a estimulação, a bondade, a fidelidade, simplicidade de coração.
O amor é um tesouro que quanto mais se multiplica, à medida que se reparte, jamais desaparecendo, porque a sua força reside na sua própria constituição que é de origem divina.
Nada obstante, o amor não conive, não se amolenta, não serve de capacho para facultar a ascensão dos fracos aos estágios superiores, nem se submete ante a exploração dos perversos e dos astutos.
É alimento do Espírito e irradiação do magnetismo universal.
Enquanto se deseja ser amado, embora não amando, ser compreendido, apesar de não ser compreensivo, não se atinge a meta do desenvolvimento espiritual. Nesse ser, que assim age, permanece a infância psicológica que deseja auferir sem dar, desfrutar sem oferecer.
O amor compraz-se na reciprocidade, porém não a torna indispensável, porque existe com a finalidade exclusiva de tornar feliz aquele que o cultiva, enriquecendo aqueloutro a quem se dirige.
Em razão disso, é rico de valores, multiplicando-se incessantemente e oferecendo apoio, plenificação e paz a quem o oferta e a quem o recebe, mesmo quando ignorando-o, por indiferença ou desequilíbrio.
Afinal, sendo de essência divina, nunca será demasiado repetir-se que o amor é a emanação da Vida, é a alma de Deus.

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Do livro: Garimpo de Amor - Divaldo Franco e Joanna de Ângelis
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- Ouvindo: Beyoncé - Listen -

Casa e Lar...

Apresentando-me...

Bom, eu me chamo Marta Valéria, mas todos, ou pelo menos a maioria, me conhecem, por Tata Valéria, apelido recebido há uns dez anos, aproximadamente... Sou de Vitória da Conquista na Bahia, espírita e resolvi criar esse espaço aqui pra colocar algumas coisas que vou lendo, vou vendo, vou criando, vou gostando, enfim... Dividindo o que aprendo e como aprendo!

Então já vou chegando... A porta estará sempre aberta, sejam sempre muito bem vindos! Sirvam-se do que quiserem...


"Eu permito a cada um ser como mais lhe apraz, mas exijo de mim ser como devo..."
Chico Xavier
- Ouvindo: Anna Nalick - Breathe (Acoustic Version) -