sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O Saber Ouvir

No desempenho da função do atendente fraterno, um fator muito importante é a qualidade do ato da audição: — ouvir bem.

Normalmente, as pessoas, embora procurando escutar atentamente, só se inteiram da metade do que ouvem. No período de minutos conservam somente um percentual muito baixo daquilo que ouviram. Considerando-se a variedade e a qualidade de fatores que influem sobre a audição, ouvir é a habilidade mais descuidada da Comunicação Humana.
Retiramos de texto de autor anônimo os seguintes preciosos ensinamentos:
“Ouvir é mais produtivo que falar, em todos os níveis. A pessoa que sabe ouvir é mais simpática, conquista o interlocutor e, acima de tudo acrescenta ao seu próprio patrimônio cultural, a informação que o outro exterioriza”.
“Interromper constitui violação do principal objeto da comunicação humana na audição: fazer com que o outro fale. Observações e comentários podem ser guardados até o final da exposição, quando sempre haverá tempo para dirimir dúvidas.”
“Ouvir é renunciar. É a mais alta forma de altruísmo, em tudo quanto essa palavra significa de amor e atenção ao próximo.”

“O ato de ouvir, exige, de quem ouve, associar-se a quem fala. É necessário empenho de quem fala para fazer-se compreender.”

“Qualquer pessoa pode melhorar sua capacidade para ouvir. Ouvir é uma técnica mental que pode ser aperfeiçoada em treinamento e prática.”

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Divaldo Franco - Atendimento Fraterno

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Timidez

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Um relacionamento infantil insatisfatório com a família, particularmente em referência à própria mãe que se apresente castradora ou se torne superprotetora, termina por impedir o desenvolvimento psicológico saudável do indivíduo, que estabelece um mecanismo de timidez a fim de preservar-se dos desafios que o surpreendem a cada passo.
Submetido a uma situação constrangedora por impositivo materno, que não lhe permite espaço para autenticidade, sente-se castrado nas suas aspirações e necessidades, preferindo sofrer limitação a assumir atitudes que lhe podem causar mal-estar e aflições. Por outro lado, superprotegido, sente anulada a faculdade de discernimento e ação, toda vez que defronta uma situação que exige valor moral e coragem.
Refugiando-se na timidez, disfarça o orgulho e o medo de ser identificado na sua impossibilidade de agir com segurança, protegendo-se das incomodidades que, inevitavelmente, o surpreendem.
Como conseqüência, o desenvolvimento da libido faz-se incompleto, dando nascimento a limitações e receios infundados quanto à própria atividade sexual.
A timidez pode apresentar-se como fenômeno psicológico normal, quando se trata de cuidado ante enfrentamentos que exigem ponderação, equilíbrio e decisão, dos quais resultarão comprometimentos graves no grupo social, familiar, empresarial, de qualquer ordem.
Todavia, quando se caracteriza como um temor quase exagerado ante circunstâncias imprevistas, produzindo sudorese, palpitação cardíaca, colapso periférico das extremidades, torna-se patológica, exigindo conveniente terapia psicológica, a fim de ser erradicada ou diluída a causalidade traumática, através de cujo método, e somente assim, advirá a superação do problema.
O indivíduo tímido, de alguma forma, é portador de exacerbado orgulho que o leva à construção de comportamento equivocado. A timidez oculta-o, fazendo-o ausente, mesmo quando diante dos demais. De certo modo, a timidez escamoteia temperamentos violentos, que não irrompem, produzindo distúrbios externos, porque se detêm represados, transformando-se em cólera surda contra as outras pessoas, às vezes contra si próprio.
A timidez é terrível algoz, por aprisionar a espontaneidade, que impede o paciente de viver em liberdade, de exteriorizar-se de maneira natural, de enfrentar dificuldades com harmonia interna, compreendendo que toda situação desafiadora exige reflexão e cuidado.
A timidez pode ser trabalhada também, mediante uma auto-análise honesta, de forma que o paciente deva considerar-se alguém igual aos outros, como realmente é, nem melhor, nem pior, apenas diferente pela estrutura da personalidade, pelos fatores sociais, econômicos, familiares, com os quais conviveu e que o modelaram. Ademais, deve ter em vista que é credor de respeito e de carinho como todas as outras pessoas, que tem valores, talvez ainda não expressados, merecendo, por isso mesmo, fruir dos direitos que a vida lhe concede e lhe cumpre defender.Assim, uma conduta tranqüila, caracterizada pela autoconfiança e naturalidade nas várias situações proporciona bem-estar e conquista da espontaneidade.
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Joanna de Ângelis

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ciúme

a
Tipificando insegurança psicológica e desconfiança sistemática, a presença do ciúme na alma transforma-se em algoz implacável do ser. O paciente que lhe tomba nas malhas estertora em suspeitas e verdades, que nunca encontram apoio nem reconforto.
Atormentado pelo ego dominador, o paciente, quando não consegue asfixiar aquele a quem estima ou ama, dominando-lhe a conduta e o pensamento, foge para o ciúme, em cujo campo se homizia a fim de entregar-se aos sofrimentos masoquistas que lhe ocultam a imaturidade, a preguiça mental e o desejo de impor-se à vitima da sua psicopatologia.
No aturdimento do ciúme, o ego vê o que lhe agrada e se envolve apenas com aquilo em que acredita, ficando surdo à razão, à verdade.
O ciúme atenaza quem o experimenta e aquele que se lhe torna alvo preferencial.
O ciumento, inseguro dos próprios valores, descarrega a fúria do estágio primitivista em manifestações ridículas, quão perturbadoras, em que se consome. Ateia incêndios em ocorrências imaginárias, com a mente exacerbada pela suspeita infeliz, e envenena-se com os vapores da revolta em que se rebolca, insanamente.
Desviando-se das pessoas e ampliando o círculo de prevalência, o ciúme envolve objetos e posições, posses e valores que assumem uma importância alucinada, isolando o paciente nos sítios da angústia ou armando-o com instrumentos de agressão contra todos e tudo.
O ciúme tende a levar sua vítima à loucura.
O ego enciumado fixa o móvel da existência no desejo exorbitante e circunscreve-se à paixão dominadora, destruindo as resistências morais e emocionais, que terminam por ceder-lhe as forças, deixando de reagir.
Armadilha do ego presunçoso, ele merece o extermínio através da conquista de valores expressivos, que demonstrem ao próprio indivíduo as suas possibilidades de ser feliz.
Somente o self pode conseguir essa façanha, arrebentando as algemas a que se encontra agrilhoado, para assomar, rico de realizações interiores, superando a estreiteza e os limites egóicos, expandindo-se e preenchendo os espaços emocionais, as aspirações espirituais, vencidos pelos gases venenosos do ciúme.
Liberando-se da compressão do ciúme, a pouco e pouco, o eu profundo respira, alcança as praias largas da existência e desfruta de paz com alguém ou não, com algo ou nada, porém com harmonia, com amor, com a vida.
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Joanna de Ângelis

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Afeições e Conflitos

a
Quando os conflitos interiores não se encontram solucionados e a imaturidade predomina no comportamento psicológico do ser, a sua afetividade é instável, perturbada, exigente, nunca se completando.
Ninguém consegue viver sem afeição. E quando isso ocorre, expressa algum tipo de psicopatologia, porquanto o sentimento da afetividade é o veio aurífero de enriquecimento da criatura psicológica. Sem esse sentido da vida, ocorre uma hipertrofia de valores emocionais e o indivíduo em desarmonia, degenera.
A afeição é inata ao ser humano, como o instinto que alcança um patamar mais elevado no seu processo de desenvolvimento de valores inatos, podendo se perder, mesmo embrionariamente, nas expressões de diversos animais, na sua maternidade, na defesa das crias, nas brincadeiras e jogos que se permitem. Momentos surgem, nos quais se tem idéia de que pensam e se ajudam. Posteriormente, esse instinto cresce e adquire maior soma de sensibilidade, quando identifica pelo odor aquele que o cuida, nota-lhe a ausência, sofre-a e, às vezes perece até a morte por inanição, negando-se ao alimento, em razão da morte daquele que o cuidava e a quem se ligava...
No ser humano, mais desenvolvido molecularmente, portador de um sistema nervoso mais avançado, surge como afetividade, a princípio atormentada, insegura, exigente, depois calma, produtiva e compensadora.
Porque permanece em conflitos consigo mesmo, o ser que transita na inquietação não se permite afeição alguma, nem se doando, nem a aceitando de outrem, face à insegurança em que se encontra, por desconfiança de que a mesma se expresse como forma de sentimentos inconfessáveis, ou porque se lhe deseja explorar.
Vitimado por não confessável complexo de inferioridade, em que se compraz, não acredita merecer afeição, ampliando a área dos conflitos e abrindo espaço para vinculação terrível com parasitas espirituais, que se transformam em estados obsessivos de larga duração.
Qualquer indivíduo merece afeição e deve esforçar-se por desenvolvê-la e experienciá-la. Trabalhando-se interiormente, reflexionando em torno dos direitos e valores que todos possuem ante a Vida, reformula planos mentais e dá-se conta de que é portador de um tesouro de ternura ainda submersa no ego, que é capaz de expandi-la e digno de recebê-la também. Quando isso não se lhe faz possível, o auxílio de um psicólogo ou de um psicanalista é valioso, ou mesmo de um grupo social de ajuda, porque, de alguma forma, quase todas as pessoas possuem conflitos semelhantes, que variam apenas na forma de expressar-se.
Muitos fatores perinatais e da infância predominam na área dos conflitos e da desafeição. São registros que não foram digeridos, nem consciente ou inconscientemente, remanescendo como trauma de solidão, de desamor, de rejeição, de decepção dos pais e do instituto familiar ou meio social, ou mesmo heranças genéticas, que agora se manifestam em isolacionismo, em censuras doentias, em autoflagelações dolorosas, quão injustificáveis.
A afeição dá sentido à existência humana, facultando-lhe a luta otimista, o esforço continuado, o interesse permanente, a conquista de novos valores para progredir e enobrecer-se. Não é tanto a condição moral que a estimula, senão o objetivo que se tem a seu respeito, que desenvolve o sentimento moral.
Quando isso não ocorre, surgem o fanatismo de qualquer expressão, o mascaramento de natureza moral, em processos psicológicos de transferência, que aparecem como puritanismo, exigência descabida de valores éticos e uma insuportável conduta de aparência que está longe da realidade interior.
Ela tem início em um sentido de carinho que se expande e enlaça os seres sencientes, aumentando até o encontro com a criatura humana, que igualmente necessita de afeto e pode retribuí-lo, em intercâmbio que dignifica e dá significado à existência.
Quando escasseia a afetividade, o que se deriva de conflitos anteriores, pode a criatura esforçar-se por buscar objetivos, senão no presente, pelo menos no futuro.
Fixando alguma coisa ou pessoa que desperte interesse ou alguma forma de simpatia, que se transformará em afeição com o decorrer do tempo, liberando-se da algidez emocional, passa a fixar-se nos acontecimentos do passado e procura deles desvencilhar-se; assinalado, no entanto, pelo trauma que o esmaga, lutará, agora que possui motivação para continuar a viver, com insistente tenacidade, a fim de libertar-se de tudo que lhe é perturbador.
Os conflitos mal controlados levam o indivíduo à crueldade, à total insensibilidade, por sentir-se desconfortado em si mesmo, transferindo o rancor da própria situação contra aqueles que acredita felizes e os fazem invejá-los.
Mediante a conquista da afetividade, lenta e seguramente, são superados os conflitos perturbadores, abrindo-se os braços, a princípio à solidariedade, depois ao cumprimento dos deveres de fraternidade, que levam ao amor.
Os sinais evidentes de uma existência e de um ser normais, são os pródromos do desabrochar da afetividade tranqüila, que se desenvolve estimulando à luta, ao crescimento interior.
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Joanna de Ângelis

Ao Amanhecer

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Dia novo, oportunidade renovada.
Cada amanhecer representa divina concessão,que não podes nem deves desconsiderar.
Mantém, portanto atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados; otimismo diante das ocorrências que surgirão coragem nos confrontos das lutas naturais; recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.
À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.
Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.
Dirige cada ação à finalidade específica.
Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à liça com disposição, avançando passo a passo até o momento de conclusão dos deveres planejados.
Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.
Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas.
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Joanna de Ângelis

sábado, 10 de janeiro de 2009

Amor e Relacionamento

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No dicionário Aurélio da Língua Portuguesa encontra-se, em síntese, três significados para a palavra relacionamento, quais sejam:
- Ação (ato) ou efeito de relaciona-se; Capacidade de conviver ou comunicar-se com os seus semelhantes e Ligação de amizade, afetiva, profissional, condicionada por uma série de atitudes recíprocas.
Parece óbvio que ao falarmos de relacionamentos em nossa mente surjam as questões relativas ao sentimento, somente. No entanto percebemos que no conceito de “relacionamento” há outras dimensões que não são habitualmente exploradas.
Todo relacionamento será um efeito de uma ação movida pelo encontro de duas ou mais pessoas.
Neste encontro se evidenciará a capacidade de cada qual comunicar-se de maneira adequada ou não, que determinará o modo como se dará a convivência harmônica ou desarmônica.
Com o tempo poderão surgir vínculos mais ou menos estáveis conforme a intensidade das atitudes de reciprocidades dos envolvidos, que condicionará estas ligações.
Os espíritos confirmaram a Allan Kardec, aquilo que o senso comum já havia percebido, a necessidade que o homem tem de viver em sociedade. Essa vivência social “é a pedra de toque das boas e das más qualidades”, como se lê em “O Céu e o Inferno”, no Capítulo 03 da 1ª. Parte.
Somente os encontros entre as pessoas não parece ser suficiente para garantir o progresso e a paz que de modo geral está nos anseios dos corações humanos.
Poderíamos perguntar então: que elemento teria poder suficiente para estabilizar as relações humanas?
Joanna de Ângelis nos esclarece:
“O amor gera amor. Auto-amando-se, compreende-se melhor a maneira de amar-se a outrem.”
“Analisando a forma como se gostaria de ser tratado, preservada a sua liberdade, respeitados os seus interesses, abrigado na confiança destituída de formalismos, tem-se um roteiro inicial para entender como conduzir-se em relação ao outro.”
“Todo relacionamento é um compromisso de intercâmbio, de doação e de oferta, de generosidade e de libertação.”
“Quando se ama a outrem, seja qual for o tipo de vínculo que se estabelece, dois fatores tornam-se essenciais: a compreensão e a compaixão (...).”
Esta última conclusão é o que afirma o pesquisador americano Felice Leonardo Buscaglia, da Universidade do Sul da Califórnia, um dos maiores escritores sobre o Amor, que curiosamente faleceu no dia dos namorados (12 de junho) de ataque cardíaco.
Também Paulo de Tarso em sua Carta aos Hebreus – Capítulo 10, versículo 24 - nos diz:
“Consideremos-nos também uns aos outros para nos estimularmos ao amor e às boas obras.”
Tendo em vista as considerações acima nos inquirimos:
Por que muitas pessoas que se sentem cheias de amor afastam-se daqueles a quem amam?

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Os dias são os mesmos, o que renova é a nossa necessidade de crescer, de evoluir e de caminhar rumo ao progresso íntimo, proporcionando o progresso externo. No tempo novo que se aproxima, peço a Deus que dê a todos, a força pra vencer os obstáculos e a entendê-los como sendo o motivo do nosso crescimento... O tropeço nos ajuda a andar pra frente... Então desejo a todos, saúde, paz e força! Deixo uma linda mensagem de Emmanuel, pra nos alimentar a alma!
Feliz 2009!
a
Tata Valéria
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a
Ano Novo é também renovação de nossa oportunidade de aprender, trabalhar e servir. Lembra-te de que o ano em retorno é novo dia a convocar-te para execução de velhas promessas, que ainda não tiveste a coragem de cumprir.
Se tens inimigo, faze das horas o caminho da reconciliação.
Se foste ofendido, perdoa, a fim de que o amor te clareie a estrada.
Se descansaste em demasia, volve ao arado de tuas obrigações.
Se a tristeza te requisita, esquece-a e procura a alegria serena da consciência feliz no dever cumprido.
Sorri para os que te feriram e busca harmonia com aqueles que te não entenderam até agora. Recorda que há mais ignorância que maldade.
Não maldigas, nem condenes. Auxilia a acender alguma luz para quem passa ao teu lado. Não te desanimes, nem te desconsoles. Cultiva o bom ânimo com os que te visitam.
Não te esqueças de que Jesus jamais se desespera conosco e, como que oculto ao nosso lado, paciente e bondoso, repete-nos de hora a hora: Vem!
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Emmanuel Por Chico Xavier

domingo, 28 de dezembro de 2008

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Em qualquer dificuldade com as relações afetivas é preciso lembrar que toda criatura humana é um ser inteligente em transformação incessante, e, por vezes, a mudança das pessoas que amamos não se verifica na direção de nossas próprias escolhas.

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André Luiz Por Chico Xavier

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Paciência Antes da Crise

O homem moderno tem urgente necessidade de cultivar a paciência, na condição de medicamento preventivo contra inúmeros males que o espreitam.
De certo modo, vitimado pelas circunstâncias da vida ativa em que se encontra, sofre desgaste contínuo que o leva, não raro, a estados neuróticos e agressivos ou a depressões que o aniquilam.
A paciência é-lhe reserva de ânimo para enfrentar as situações mais difíceis sem perder o equilíbrio.
A paciência é uma virtude que deve ser cultivada e cuja força somente pode ser medida, quando submetida ao teste que a desafia, em forma de problema.
O atropelo do trânsito; a balbúrdia geral; a competição desenfreada; o desrespeito aos espaços individuais; a compressão das horas; as limitações financeiras; os conflitos emocionais; as frustrações e outros fatores decorrentes da alta tecnologia e do relacionamento social levam o homem a inarmonias que a paciência pode evitar.
Exercitando-a nas pequenas ocorrências, sem permitir-se a irritação ou o agastamento, adquirirá força e enfrentará com êxito as situações mais graves.
A irritação é sinal vermelho na conduta e o agastamento é arma perigosa pronta a desferir o golpe.
Todas as criaturas em trânsito pelo mundo são vítimas de ciladas intencionais ou não.
Saber enfrentá-las com cuidado é a única forma de passar incólume.
Para tanto, faz-se mister desarmar-se das idéias preconcebidas, infelizes, que geram os conflitos.
Se te sentes provocado pelos insultos que te dirigem, atua com serenidade e segue adiante.
Se erraste em alguma situação que te surpreendeu, retorna ao ponto inicial e corrige o equívoco.
Se te sentes injustiçado, reexamina o motivo e disputa a honra de não desanimar.
Se a agressão de alguma forma te ofende, guarda a calma e a verás desmoronar-se.
A convivência com as criaturas é o grande desafio da evolução porque resulta, de um lado, da situação moral deles, e de outro, do seu estado emocional.
O amor ao próximo, no entanto, só é legítimo quando não se desgasta nem se converte em motivo de censura ou queixa em relação às pessoas com quem se convive.
É fácil amar e respeitar aqueles que vivem fisicamente distantes.
O verdadeiro amor é o que se relaciona sempre bem com as demais criaturas, quando, porém, o indivíduo pacientemente amar-se a si mesmo, podendo compreender as dificuldades, do ponto de vista do outro, antes que da própria forma de ver.
Fariseus e saduceus, simbolicamente estarão pelo caminho das pessoas robustecidas pelos ideais superiores, tentando, armando-lhes ciladas.
Ama, em toda e qualquer situação, assim logrando a tua própria realização, que é a meta prioritária da tua existência atual, vivendo com paciência para evitares as crises devastadoras.
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Joanna de Ângelis

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Tudo é Amor...

Vida - é o Amor existencial.
Razão - é o Amor que pondera.
Estudo - é o Amor que analisa.
Ciência - é o Amor que investiga.
Filosofia - é o Amor que pensa.
Religião - é o Amor que busca Deus.
Verdade - é o Amor que se eterniza.
Ideal - é o Amor que se eleva.
Fé - é o Amor que se transcende.
Esperança - é o Amor que sonha.
Caridade - é o Amor que auxilia.
Fraternidade - é o Amor que se expande.
Sacrifício - é o Amor que se esforça.
Renúncia - é o Amor que se depura.
Simpatia - é o Amor que sorri.
Altruísmo - é o Amor que se engrandece.
Trabalho - é o Amor que constrói.
Indiferença - é o Amor que se esconde.
Desespero - é o Amor que se desgoverna.
Paixão - é o Amor que se desequilibra.
Ciúme - é o Amor que se desvaira.
Egoísmo - é o Amor que se animaliza.
Orgulho - é o Amor que enlouquece.
Sensualismo - é o Amor que se envenena.
Vaidade - é o Amor que se embriaga.
Finalmente, o ódio, que julgas ser a antítese do Amor, não é senão o próprio Amor que adoeceu gravemente.
Tudo é Amor. Não deixes de amar nobremente.
Respeita, no entanto, a pergunta, que te faz, a cada instante, a Lei Divina: "Como?"
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André Luiz por Chico Xavier

sábado, 29 de novembro de 2008

Mais e Mais...


"O espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa." Capítulo XI - Item 8.
Quanto mais você aprofunda a mente nas pesquisas espirituais da meditação superior, mais se aclaram os horizontes da existência, decifrando os enigmas da vida. Nascentes profundas - cursos d'água poderosos.
Quanto mais você trabalha atrelado à satisfação de servir, mais se desdobram as possibilidades de execução. Estátua brilhante - pedra muito burilada.
Quanto mais você compreende o infortúnio, mais se dilata a capacidade de amar. Colheita farta - solo abençoado.
Quanto mais você negligencia o dever, mais dificuldades encontra para viver. Região palustre - zona de águas paradas.
Quanto mais você amaldiçoa, mais desesperos perturbam sua marcha. Vendaval em curso - searas destruídas.
Quanto mais você se revolta no trabalho, mais trabalho reponta no caminho. Obstáculo à frente - eco que se repete.
"Mais receberá aquele que mais der" - afirmou Jesus. Toda realização nobre coroa o ser de bênçãos. Todo abuso assinala-se com vigorosos sulcos.
Mais amor, e o mundo todo se renovará.
Com Jesus Cristo, você aprendeu a entender as necessidades e desventuras, sendo imprescindível esforçar-se mais e mais, cada dia, para extirpar em silêncio a crueldade e o mal de si mesmo, socorrendo as vítimas da ignorância, onde se encontram, com a força da bondade espontânea em justa cooperação.

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Marco Prisco

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Amor a Si Mesmo...

"Em verdade, o exercício da aprendizagem do amor inicia-se pelo amor a si mesmo e, conseqüentemente, pelo amor ao próximo, chegando ao final à plenitude do amor a Deus.

Esses elos de amor se prendem uns aos outros pelo sentimento de afeto desenvolvido e conquistado nas múltiplas experiências acumuladas no decorrer do tempo em que nossas almas estagiaram e aprenderam a conviver e melhorar.

Muitos de nós nos comportamos como se o amor não fosse um sentimento a ser aprendido e compreendido. Agimos como se ele estivesse inerte em nosso mundo íntimo, e passamos a viver na espera de alguém ou de alguma coisa que possa despertá-lo do dia para a noite. (...)
O amor a Deus e aos outros como a si mesmo é noção que se vai desenvolvendo pelas bençãos do tempo. As belezas do Universo nos são reveladas à proporção que amamos; só assim nos tornamos capazes de percebê-las cada vez mais e em todos os lugares.” (Do livro Um Modo de Entender - uma nova forma de viver, psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed, cap. 2)
Quando o Meigo Nazareno nos convida ao exercício do "amor ao próximo", está claramente nos incitando a iniciar este processo a partir de nós mesmos; provocando a reflexão e a conclusão ao questionamento: eu acredito no amor? A resposta nos motivará a sua não vivência ou a reformulação completa da forma como temos nos conduzido em nossa relação conosco mesmo e com o nosso próximo. Em quanto de fraternidade, misericórdia e compreensão têm regado nosso comportamento.

Contudo, o que vem ocorrendo no mundo, notadamente com os cientistas da área da saúde não é de se surpreender: de sépticos passaram a aceitar que a mente, o hábito da oração e os sentimentos mais nobres podem acelerar e mesmo promover a cura de doenças. Os resultados são surpreendentes e incontestáveis. Que dizer, então, nos relacionamentos humanos, na convivência familiar, profissional, religiosa, etc.

"O amor que se deve oferecer ao próximo é conseqüência natural do amor que se reserva a si mesmo, sem cuja presença muito difícil será a realização plena do objetivo da afetividade.
Somente quando a pessoa se ama, é que pode ampliar o sentimento nobre, distribuindo-o com aquelas que a cercam, bem como estendendo-o aos demais seres vivos e à mãe Natureza." (Do livro Garimpo de Amor, psicografia de Divaldo Pereira Franco, do Espírito Joanna de Ângelis, cap. 2)

Quem se ama, ama o seu próximo na mesma proporção. Compreende que deve dignificar a sua existência, assim como, deve proporcionar ao seu próximo vida digna. Compreende a finalidade superior da vida física, promovendo o seu crescimento espiritual e de quem o cerca.

Acima de tudo, respeita cada qual como é, com suas conquistas e dificuldades. Sabe esperar e entende que todos, no seu tempo, chegarão a perfeição para a qual foram criados. Tem a certeza íntima de que é um ser divino, trazendo dentro de si todos os recursos para ser feliz, ser luz e proporcionar ao seu próximo o que deseja para si.

Sequer conseguimos imaginar como seria o mundo dessa forma... Porque em verdade, pouco de nós acredita nesta prática, mesmo conscientes de que alguém nos mostrou a possibilidade de concretizá-la: Jesus! E, tantos outros que Lhe seguiram as pegadas.
Joanna de Ângelis, ainda no mesmo texto, nos ensina que:

"Esse auto-amor é constituído pelo respeito que cada qual se deve ofertar, trabalhando em favor dos valores éticos que lhe jazem latentes e merecem ser ampliados, de forma que se transformem em luzes libertadoras da ignorância e em paz de espírito que impregne as outras vidas.
Sem esse amor a si mesmo, a pessoa não dispõe de recursos para encorajar o seu próximo no empreendimento da autovalorização e do autocrescimento, detendo-se nas sensações mais grosseiras do imediatismo, longe dos estímulos dignificantes e libertadores. O amor a si mesmo dá dimensão emocional sobre a responsabilidade que se deve manter pela existência e sobre o esforço para dignificá-la a cada instante, aprofundando conhecimentos e sublimando emoções, direcionadas sempre para as mais elevadas faixas da Espiritualidade.
Dessa forma, é fácil preservar-se as conquistas interiores e desenvolvê-las mediante a aplicação dos códigos da fraternidade e da compaixão, da caridade e do perdão.
A consciência de si mesmo, inspirada pelo auto-amor torna-se lúcida quanto aos enganos cometidos, ensejando-se oportunidade de reparação, ao tempo em que faculta ao próximo a compreensão das suas dificuldades na busca da felicidade.
Compreendendo a finalidade da existência terrena, a pessoa desperta para o amor a si mesma, trabalha sem desespero, confia sem inquietação, serve sem humilhação, produz sem servilismo e avança sem tensões perturbadoras no rumo dos objetivos essenciais da vida."
Continuando, orienta-nos quanto a forma pela qual conseguiremos conquistar o amor a nós mesmos, buscando as práticas que nos levem ao auto-descobrimento, ao conhecimento de nós mesmos, único meio de atingirmos a vivência do amor incondicional, puro, sincero, sem interesses escusos, que um dia unirá todas as criaturas.
Corroborando o que Joanna nos ensina, o Livro dos Espíritos, na questão 919, diz-nos que:
"919. Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."
Para tanto, é preciso o enfrentamento conosco mesmo, com as nossas mazelas e conflitos íntimos, dúvidas e incertezas. É premente que busquemos equacionar as questões internas que nos afligem e impedem o auto-amor e o amor ao próximo. Segurança interna, fé, esperança, são conquistas do espírito imortal, muitas vezes, a duras penas.
"O amor a si mesmo deve ser desenvolvido através da meditação e da auto-análise, porque, ínsito no ser, necessita de estímulos para desdobrar-se, enriquecendo a vida. (...)
Ninguém, que se disponha a amar sem resolver as inquietações internas, que lhe produzem desamor, que conspiram contra a auto-estima, conseguirá o desiderato. (...)
Muitas vezes, a pessoa que se não ama, encontra motivos frívolos para justificar o sentimento de vazio existencial, transferindo para o próximo aquilo que gostaria de desfrutar ou de possuir.
São detalhes físicos, que parecem retirar o conforto e a satisfação pessoal, na aparência ou na constituição, dificuldades de inteligência, posição social, problemas na saúde que, sem dúvida, não merecem maior consideração, e deverão ser enfrentados de maneira positiva, diferente, proporcionando estímulos para novos enfrentamentos, vitória a vitória.
Durante muito tempo, a pessoa coleciona o azinhavre da insatisfação consigo mesma, atribuindo-se fracassos que, em realidade, jamais ocorreram, infelicidades que não têm justificação, quando fazem comparações com outras pessoas que acredita ditosas e sem problemas."

Ter uma visão correta da vida; colocar cada coisa no seu devido lugar; valorizar, na medida certa, as situações-desafio, sem desmerecê-las, tampouco, exagerá-las; ter clareza mental para perceber que nada acontece por acaso e que se soubermos "ter olhos de ver e ouvidos de ouvir" cada experiência se constituirá em lição inesquecível e proveitosa, é-nos a grande cartilha a aprender.

Por isso, este Espírito valoroso, Joanna de Ângelis, assim nos fala:

"Ao começar a amar-se, descobre que são as pequenas coisas, aquelas aparentemente sem grande importância, que constituem significados alentadores.
Momentos de solidão para auto-análise e reflexão, instantes de prece silenciosa, refazimento através da música, de caminhadas tranqüilas, de carícias a crianças ou animais, de cuidados com plantas, flores e adornos vivos, sentindo a vida fluir de todo lado.
Em outras ocasiões, conversações edificantes, destituídas de objetivos imediatistas, cuidados com a alma, preservando-lhe a lucidez em relação aos deveres e aos compromissos que lhe dizem respeito.
A seguir, é necessária uma avaliação daquilo que é útil em relação ao que é secundário e a que se atribui significado exagerado.
O amor a si mesmo desempenha uma ação autoterapêutica, porque liberta dos conflitos de autopunição, de autocensura e de autocompaixão.
A compreensão dos próprios limites e possibilidades enseja um sentimento de alegria pelo já conseguido e de encorajamento em relação ao que ainda por ser alcançado.
No cultivo desse propósito, o egoísmo não consegue alojamento, porque não há a ambição de posse ou de domínio, de superioridade ou de vitória, senão sobre as próprias paixões perturbadoras.”

A grande lição que fica é a de que não conseguiremos amar o nosso próximo se sequer nos amamos. É preciso identificar em nós os motivos do desamor, buscando motivações para nossa transformação real, sem desculpismos mas, simplesmente, aceitando as nossas limitações e compreendendo que podemos superá-las se formos firmes em nossa vontade de alcançar a paz, a alegria de viver, a felicidade, o amadurecimento espiritual...

Que Jesus nos abençoe e ilumine em nossos propósitos desta hora, porque o tempo é agora.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Decisão de Ser Feliz

a
Empenha-te ao máximo para tornar tua vida agradável a ti mesmo e aos outros.

É importante que, tudo quanto faças, apresente um significado positivo, motivador de novos estímulos para o prosseguimento da tua existência, que se deve caracterizar por experiências enriquecedoras.

Se as pessoas que te cercam não concordarem com a tua opção de ser feliz, não te descoroçoes, e, sem qualquer agressão, continua gerando bem-estar.
És a única pessoa com quem contarás para estar contigo, desde o berço até o túmulo, e, depois dele, como resultado dos teus atos...

Gerar simpatia, produzindo estímulos otimistas para ti mesmo, representa um crescimento emocional significativo, a maturidade psicológica em pleno desabrochar.

É relevante que o teu comportamento produza um intercâmbio agradável, caricioso, com as demais pessoas. No entanto, se não te comprazer, transformar-se-á em tormento, induzindo-te a atitudes perturbadoras, desonestas.

Tuas mudanças e atitudes afetam aqueles com os quais convives. É natural, portanto, que te plenificando brindem-te com mais recursos para a geração de alegrias em volta de ti.Todos os grandes líderes da Humanidade lutaram até lograr sua meta - alcançar o que haviam elegido como felicidade, como fundamental para a contínua busca.

Buda renunciou a todo conforto principesco para atingir a iluminação. Maomé sofreu perseguições e permaneceu indômito até lograr sua meta. Gandhi foi preso inúmeras vezes, sem reagir, fiel aos planos da não-violência e da liberdade para o seu povo. E Jesus preferiu a cruz infamante à mudança de comportamento fixado no amor.

Todos quanto anelam pela integração com a Consciência Cósmica geram simpatia e animosidade no mundo, estando sempre a braços com os sentimentos desencontrados dos outros, porém fiéis a si mesmos, com quem sempre contam, tanto quanto, naturalmente, com Deus.

Quando se elege uma existência enriquecida de paz e bem-estar, não se está eximindo ao sofrimento, às lutas, às dificuldades que aparecem. Pelo contrário, eles sempre surgem como desafios perturbadores, que a pessoa deve enfrentar, sem perder o rumo nem alterar o prazer que experimenta na preservação do comportamento elegido. Transforma, dessa maneira, os estímulos afligentes em contribuição positiva, não se lamentando, não sofrendo, não desistindo.

Quem, na luta, apenas vê sofrimento, possui conduta patológica, necessitando de tratamento adequado.

A vida é benção, e deve ser mantida saudável, alegre, promissora, mesmo quando sob a injunção libertadora de provas e expiações.

Tornando tua vida agradável, serão frutíferos e ensolarados todos os teus dias.

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Joanna de Ângelis

domingo, 9 de novembro de 2008

Viver Agora

a
Este é o teu momento de viver intensamente a realidade da vida.
Desnecessário recordar que, agora, o teu momento presente é relevante para a aquisição dos bens inestimáveis para o Espírito eterno.
Há muito desperdício de tempo, que se aplica nas considerações do passado como em torno das ansiedades do futuro.
A tomada de consciência é um trabalho de atualidade, de valorização das horas, de realização constante.
A vida é para ser vivida agora.
Postergar experiências, significa prejuízo em crescimento na economia da vida.
Antecipar ocorrências, representa precipitação de fatos que, talvez, não sucederão, conforme agora, tomam curso.
As emoções canalizadas em relação ao passado ou ao futuro dissipam ou gastam a energia vital, que deve ser utilizada na ação do momento.
Se vives recordando o passado ou ansiando pelo futuro, perdes a contribuição do presente, praticamente nada reservando para hoje.
O momento atual é a vida, que resulta das atividades pretéritas e elabora o programa do porvir.
Encoraja-te a viver hoje, sentindo cada instante e valorizando-o mediante a consciência das bênçãos que se encontram à tua disposição.
A vida é um sublime dom de Deus.
Naturalmente, quando recebes um presente de alguém, sentes o desejo irrefreável de agradecer, de louvar, de bendizer.
Desse modo, agradece a Deus, o sublime legado, que é a tua vida, por Ele concedido.
Vive, jubilosamente, hoje, sejam quais forem as circunstâncias em que se te apresente a existência.
Se o instante é de aflição, resigna-te, agindo corretamente, e estarás produzindo para o futuro que te chegará com paz.
Se o momento é de gozo, recorda-te dos padecentes à tua volta e reparte alegria, ampliando o círculo de ventura.
Quem despertou para a superior finalidade da vida, vive-a, a cada momento, vivendo-a principalmente agora.
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Joanna de Ângelis

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A Presença do Amor...

O amor — alma da vida — é o hálito divino a espraiar-se em toda parte, manifestando a Paternidade de Deus.
Onde quer que se expresse, imanta quantos se lhe acercam, modificando a estrutura e a realidade para melhor.
No amor se encontram todas as motivações para o progresso, emulando ao avanço, na libertação dos atavismos que, por enquanto, predominam em a natureza humana.
Por não se identificar com o amor na sua realização incessante, a criatura posterga a conquista dos valores que a alçam à paz e a engrandecem.
Sem o amor se entorpecem os sentimentos, e a marcha da sensação para a emoção torna-se lenta e difícil.
Em qualquer circunstância o amor é sempre o grande divisor de águas.
Vivendo-o, Jesus modificou os conceitos então vigentes, iniciando a Era do Espírito Imortal, que melhor expressa todas as conquistas do pensamento.
Se te encontras sob a alça de mira de injunções dolorosas, sofrendo incompreensões e dificuldades nos teus mais nobres ideais, não te abatas, ama.
A noite tempestuosa e sombria não impede que as estrelas brilhem acima das nuvens borrascosas.
Se o julgamento descaridoso te perturba os planos de serviço, intentando descoroçoar-te, mediante o ridículo que te imponham, mesmo assim, ama.
O sarçal aparentemente amaldiçoado, no momento oportuno abre-se em flor.
Se defrontas a enfermidade sorrateira que intenta dominar as tuas forças, isolando-te no leito da imobilidade e reduzindo as tuas energias, renova-te na prece e ama.
O deserto de hoje foi berço generoso de vida e pode, de um momento para outro, sob carinhoso tratamento, reverdecer-se e florir.
O amor é bênção de que dispões em todos os dias da tua vida para avançares e conquistares espaços no rumo da evolução.
Não te canses de amar, sejam quais forem as circunstâncias por mais ásperas se te apresentem.
A Doutrina de Jesus, ora renascida no pensamento espírita, é um hino-ação de amor, assinalando a marcha do futuro através das luzes da razão unida à fé em consórcio de legítimo amor.

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Joanna de Ângelis

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Sê Alguém, Faze o Mesmo...

a
Quando estavas a ponto de desequilibrar-se, alguém, um amigo devotado, ofertou-te os elementos para a harmonia.
Quando te encontrava em plena rampa da loucura, alguém, um familiar gentil, constituiu-te apoio e segurança para a recuperação.
Quando sofrias a incompreensão de muitos, alguém, um estranho bondoso, fez-se-te instrumento de confiança, oferecendo-te fraternidade.
Quando, desanimado, padecias a injunção constritora do autocídio, alguém, um desconhecido afável, acenou-te oportunidade nova.
Quando tudo parecia conspirar contra os teus planos de progresso, alguém, um colega fiel, por quem tinhas apreço, tornou-se o fator da tua ascensão.
Quando a enfermidade te deperecia as forças e a solidão assenhoreava-se dos teus dias, alguém, um silencioso amor, surgiu e restabeleceu as tuas energias, repletando de sol a tua noite íntima e de companhia a tua vida.
Há sempre alguém lidando, esperando, cooperando em favor de todos nós.
Desconhecido ou amigo, afeto ou familiar, transeunte ou companheiro, esse alguém é o símile do Samaritano bondoso e nobre, a que se refere a parábola evangélica.
Diligente, atento e amigo, ele chega e age, oferecendo recursos e doando-se com inusitada dedicação, a fim de reerguer o abatido e socorrer o tombado na via evolutiva.
Todas as criaturas já o defrontaram e dele receberam ajuda.
Ele chega, ampara, ama e vai-se adiante.
Não reclama, não faz um rol dos próprios atos bons. Segue-lhe o exemplo.
Não digas que da vida recebeste somente o fruto amargo da desilusão, ou encontraste apenas a ajuda negativa do desespero.
Não relaciones os males, os acidentes defrontados.
É certo que há almas em desequilíbrio, produzindo desaires. São a minoria ágil, movimentada.
Não tomes os maus exemplos para teus exemplos. Nem te fixes neles.
Indagado pelo farisaísmo doentio, que tentava surpreendê-Lo em equívoco, Jesus respondeu com ternura e energia ao astucioso inquiridos, que fingia desconhecer quem era o seu próximo: - Sê como aquele que usou de misericórdia para com o infeliz. "Vai, tu, e faze o mesmo".
Faze, também tu, o mesmo, sendo o alguém para quem esteja em rude prova na rota por onde segues.
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Joanna de Ângelis

Vida Feliz...

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Se a tua palavra não tiver o objetivo de auxiliar, não a apresentes para criticar. Há dois tipos de comportamento: o daqueles que fazem e o daqueles outros, que ficam de palanque, apontando erros, criticando, atormentando a vida das pessoas. Faze quanto te seja possível, sem aguardar aplauso, nem temer pedradas. Torna-te membro do grupo que opera e fala com o objetivo superior de ser útil. Se, os que dizem saber como se fazem as coisas, deixassem de opinar e as executassem, o mundo mudaria de feição.
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Joanna de Ângelis

domingo, 26 de outubro de 2008

Insatisfação...

a
Ninguém se sinta deslocado em seu próprio lugar.
Cada pessoa vive com as pessoas com que necessita viver para ajustar-se consigo. A insatisfação que experimentamos com os outros quase sempre é insatisfação com nós mesmos.
As Leis que regem a Vida nunca se enganam.
Somos o que fizemos de nós e temos exatamente aquilo que merecemos.
Não culpemos ninguém pelas frustrações que nos impedem de ser o que sejamos. Para que as coisas fossem diferentes, precisaríamos tê-las feito diferentes.
Ajustemo-nos pois, e, com os recursos morais que nos sejam disponíveis, procuremos realizar o melhor.
Quem se conscientiza de suas limitações já começa a superar-se.
Estamos hoje no justo lugar a que nossos pés nos conduziram, vinculados a situações e pessoas que buscamos pela nossa liberdade de escolha.
Se a vida que vivemos nos aborrece, lutemos adquirindo os méritos que ainda não possuímos para que os nossos dias se façam plenos de alegria e paz.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Em Relação à Angústia

a
Acautela-te quanto às injunções da angústia.
À semelhança de erva daninha, ela se entranha, suavemente, nas raízes do sentimento, estrangulando-as com vigor.
Insinuante, encontra fáceis argumentos para instalar-se na mente e emaranhar-se no coração, tornando-se infortúnio de difícil erradicação.
Afirma-se que a angústia é resultado de sofrimentos íntimos mal dirigidos.
Às vezes, aí se origina.
Invariavelmente, porém, torna-se dista que consome, tendo a sua procedência em que tomam vulto e são aceitas como fatores de alta consideração.
Não te impressiones com os insucessos nas atividades que compreendes. Eles fazem parte dos cometimentos e são lições preciosas, a fim de que aprendas a não reincidir nos seus gravames.
Quem desconhece o fracasso, não tem condições de viver êxitos.
Demorar-se no malogro, entre lamentações e rebeldias, é abrir-se ao desequilíbrio, à angústia.
Perder é fenômeno natural em todo empreendimento, de modo a poder-se lucrar depois, satisfatoriamente.
A existência carnal, por isso mesmo, é um investimento que experimenta todos os tipos de riscos existentes.
Enfrentá-los com naturalidade, eis o dever de todos, nunca se deixando atemorizar ou fugir da responsabilidade que apresentam.
Entre os antídotos eficazes para a angústia, o trabalho edificante e nobre de toda procedência, tem primazia.
Ele estabelece motivações para continuar-se a viver e a lutar, emulando ao contínuo esforço de crescimento com vistas ao progresso social, moral e espiritual.
Ao seu lado, a leitura instrutiva, consoladora, e a prece constroem terapias eficazes, substituindo, na mente, os clichês viciosos e pessimistas por idéias novas, construtivas.
Abrindo espaços para conjunturas e realizações saudáveis, reeduca os hábitos mentais negativos, facultando entusiasmos, renovação interior, libertação.
A ação do bem a favor do próximo é, também, de valor inestimável, por gerar simpatia e desenvolver o amor que restabelecem a paz íntima restituindo a alegria existencial.
Habitua-te com a felicidade e não a desprezes aceitando as insinuações e a angústia que te espreita.
Faze sol íntimo e esparze-o onde te encontres.Jamais tropeçarás em trevas se o mantiveres.
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Joanna de Ângelis
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- Ouvindo: Spa Moods - Melody Of Love -

O Poder do Amor

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Acredita no amor e vive-o plenamente.
Qualquer expressão de afetividade propicia renovação de entusiasmo, de qualidade de vida, de metas felizes em relação ao futuro.
O amor não é somente um meio, porém o fim essencial da vida. Emanado pelo sentimento que se aprimora, o amor expressa-se, a princípio, asselvajado, instintivo, na área da sensação, e depura-se lentamente, agigantando-se no campo da emoção.
Quando fruído, estimula o organismo e oferece-lhe reações imunológicas, que proporcionam resistência às células para enfrentar os invasores perniciosos, que são combatidos pelos glóbulos brancos igilantes.
A força do amor levanta as energias alquebradas, e torna-se essencial para a preservação da vida.
Quando diminui, cedendo lugar aos mecanismos de reação pelo ciúme, pelo ressentimento, pelo ódio, favorece a degeneração da energia vital, preservadora do equilíbrio fisiopsíquico, ensejando a instalação de enfermidades variadas, que trabalham pela consumpção dos equipamentos orgânicos...
Situação alguma, por mais constrangedora, ou desafio, por maior que se apresente, nas suas expressões agressivas, merecem que te niveles à violência, abandonando o recurso valioso do amor.
Competir com os não-amáveis é tornar-se pior do que eles, que lamentavelmente ainda não despertaram para a realidade superior da vida.
Amá-los é a alternativa única à tua disposição, que deves utilizar, de forma a não te impregnares das energias deletérias que eles exalam.
Envolve-los em ondas de afetividade é ato de sabedoria e recurso terapêutico valioso, que lhes modificará a conduta, senão de imediato, com certeza oportunamente.
O amor solucionará todos os teus problemas. Não impedirá, porém, que os tenhas, que sejas agredido, que experimentes incompreensão, mas te facultará permanecer em paz contigo mesmo.
É possível que não lhe vejas a florescência, naquele a quem o ofertas, no entanto, a sociedade do amanhã vê-lo-á enfrutecer e beneficiar as criaturas que virão depois de ti. E isto, sim, é o que importa.
Quando tudo pareça conspirar contra os teus sentimentos de amor, e a desordem aumentar, o crime triunfar, a loucura aturdir as pessoas em volta, ainda aí não duvides do seu poder. Ama com mais vigor e tranqüilidade, porque esta é a tua missão na Terra - amar sempre.
Crucificado, sob superlativa humilhação, Jesus prosseguiu amando e em paz, iniciando uma Era Nova para a Humanidade, que agora lhe tributa razão e amor.
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Joanna de Ângelis
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- Ouvindo: Spa Moods - The Miracle Of Your Eyes -

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Quando Me Amei de Verdade...

a
Quando me amei de verdade,
compreendi que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo,
na hora certa,
no momento exato.
E, então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome...
a
Auto-estima.

Quando me amei de verdade,
comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável...
Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa
que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama...
a
Amor-próprio.

Quando me amei de verdade,
deixei de temer meu tempo livre
e desisti de fazer grandes planos,
abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto,
quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é...
a
Simplicidade.

Quando me amei de verdade,
desisti de querer ter sempre razão e, com isso,
errei muito menos vezes.
Hoje descobri a...
a
Humildade.

Quando me amei de verdade,
desisti de ficar revivendo o passado
e de me preocupar com o Futuro.
Agora, me mantenho no presente,
que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez.
Isso é...
a
Plenitude.

Quando me amei de verdade,
percebi que a minha mente
pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração,
ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é...
a
Saber viver!

Quando me amei de verdade,
pude perceber que a minha angústia,
meu sofrimento emocional,
não passa de um sinal de que estou indo
contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é...
a
Autenticidade.

Quando me amei de verdade,

parei de desejar que a minha vida fosse diferente
e comecei a ver que tudo o que acontece
contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de...
a
Amadurecimento.

Quando me amei de verdade,

comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar
alguma situação ou alguém
apenas para realizar aquilo que desejo,
mesmo sabendo que não é o momento
ou a pessoa não está preparada,
inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é...
a

Respeito.

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Kim McMillen e Alison McMillen
a
- Ouvindo: Isabella Taviani - Letra Sem Melodia -

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Amor e Companheirismo

a
"O amor projeta o que se é naquele a quem se vincula afetuosamente. É imbatível no seu objetivo e indestrutível na sua constituição, porque emana do Criador e a Ele volta."
O companheirismo fortalece-se através da vitalidade do amor.
Nem sempre transcorrerá em clima de total identidade de propósitos e de sentimentos, como é natural, pois se trata de duas ou mais pessoas outras envolvidas na afetividade, no relacionamento fraternal. Por extensão, na convivência a dois, quando os interesses se apresentam ricos de esperanças, mas o comportamento é descuidado, sem arquivos de maturidade psicológica, desfaz-se, por falta de estrutura e de profundidade.
Pensa-se que a finalidade do companheirismo é fugir-se ao tédio, à solidão, e nunca se procura nele identificar o significado do amor, os benefícios dele defluentes, as satisfações da convivência e da amizade.
Pessoas que se sentem solitárias buscam relações com o propósito de fugir do desconforto que as assalta, porque isoladas, sem campo emocional para expressar os seus estados interiores. Não obstante, pareça justa a busca, não alcança o objetivo, por tratar-se de uma fuga e não de uma realidade.
Quem assim procede, pensa apenas em receber, em vencer os conflitos, apagar os ressentimentos íntimos que guarda contra si mesmo, terminando por transferi-los para aqueles com os quais pretende identificar-se.
Somente um trabalho de autodescoberta facilita a comunicação com os demais indivíduos, porquanto, ao serem identificados os traumas e as inquietações, as ansiedades e os desejos, não os transfere para os outros, procurando vencê-los em si mesmo antes que lutar contra, projetando-os como imagens detestáveis que são vistas nas pessoas a quem procura amar.
Quando se está carente de afeto e se desejam relacionamentos amorosos, o romantismo toma conta da imaginação e estabelecem-se normas de afetividade, nas quais o outro deve preencher as lacunas internas e os vazios existenciais.
Formulam-se programas de convivência exterior, como os passeios, divertimentos, refeições em restaurantes e lugares paradisíacos, teatros e cinemas, dando campo às emoções que logo passam, trazendo de volta a mesma insegurança, insatisfação e tédio...
Somente quando se é capaz de vencer os distúrbios íntimos e os auto-ressentimentos, é que se pode amar e buscar relacionamentos que estejam liberados de projeções perturbadoas e de fáceis atritos desgastantes.
É comum descobrir-se pequenas coisas que são detestáveis, quando praticadas pelo ser com quem se relaciona ou a quem se afeiçoa. Não obstante, essa repulsa decorre de intolerância interior a atitudes semelhantes que a pessoa mantém e não se dá conta de como procede. Ao combater aquilo que lhe é desagradável no outro, está-se descobrindo, inconscientemente, a respeito de comportamentos iguais que vivencia e que, certamente, incomodam também ao companheiro que silencia.
O amor no relacionamento é semelhante a um espelho, que projeta o que se é, naquele a quem se vincula afetuosamente.
Em face dessa realidade, torna-se necessário o diálogo honesto e coerente, evitando-se as brigas, que ressaltam os caprichos do ego, as imposições da personalidade dominadora.
Ninguém ama submetendo, nem se permite amar sob sujeição.
O amor é livre e expressa-se em total liberdade, sem o que manifesta interesse e conveniência, normalmente de efêmera duração.
Da mesma maneira que dialoga, sabe silenciar nos momentos próprios em que o outro necessita de introspecção, de harmonia interna, de solidão saudável.
Evitando ser ruidoso, em nome da falsa alegria, também não deve permanecer em quietação, traduzindo indiferença.
Há uma medida sábia para aquilatar-se quando se está discutindo com equilíbrio ou se está impondo o tormento da desconfiança, da irritabilidade, da acrimônia. Isso se dá quando se dialoga para esclarecer e ajudar, ou quando se utiliza da palavra para ferir, para demonstrar superioridade, para magoar...
A repetição de cenas desagradáveis deixa resíduos inteirores que se convertem com o tempo em ressentimento e amargura, abrindo espaços e distâncias entre as pessoas.
Inevitavelmente, momentos surgem, nos quais os sentimentos do afeto e do companheirismo confundem-se, apresentando exigências e solicitando preferências pessoais. É claro que se trata de manifestações humanas, ainda muito distantes de manifestações angélicas. Isso, porém, não deve desanimar, antes estimular a novos investimentos e insistentes experiências de tolerância, de compaixão e de bondade.
O amor está sempre aberto e receptivo para as comunicações emocionais, desde um olhar gentil a um gesto afável, a uma comunhão saudável e plenificadora.
Quando se ama e se busca companheirismo nos relacionamentos sociais, espirituais, há um enriquecimento interior que se expande na direção da Natureza, do mundo terrestre, do Universo...
Esse amor ao próximo, que deflui daquele que se tem por si mesmo, atinge o pórtico daquele que se deve dedicar a Deus.
Trata-se de uma emoção esplendorosa interior, que contagia o sensível e o imperceptível, o visível e o espiritual, atraindo o psiquismo dos seres elevados da Espiritualidade, que passam a compartilhar dessas vibrações e inspiram a direcioná-las em favor da humanidade em sofrimento, em carência e em desolação.
Sempre que olhes a pessoa amada, o companheiro de que necessitas para os relacionamentos humanos, sociais e emocionais felizes, faze dela um espelho e observa como vês nele refletido.
Não lhe exijas em demasia aquilo que não lhe ofertes em generosidade. Talvez ela não saiba retribuir, mas se permaneceres oferecendo-lhe gentileza e paz, chegará o momento em que também se abastecerá de alegria e gratidão, que são respostas do sentimento que ama. O amor é grato e é generoso, porque felicitando, santifica e eleva a criatura do nível da necessidade ao patamar da abundância.
Ama, e mais compreenderás a bênção do companheirismo, do relacionamento gentil, pelo que experimentes e pelo que transmitas a todos aqueles que se te acerquem e compartilhem das tuas elevadas emoções.
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Joanna de Ângelis

- Ouvindo: Timbaland - Apologize -

sábado, 11 de outubro de 2008

Medo de Amar...

a
A insegurança emocional responde pelo medo de amar.
O amor é mecanismo de libertação do ser, mediante o qual, todos os revestimentos da aparência cedem lugar ao Si profundo, despido dos atavios físicos e mentais, sob os quais o ego se esconde.
O medo de amar é muito maior do que parece no organismo social. As criaturas, vitimadas pelas ambições imediatistas, negociam o prazer que denominam como amor ou impõem-se ser amadas, como se tal conquista fosse resultado de determinados condicionamentos ou exigências, que sempre resultam em fracasso.
Toda vez que alguém exige ser amado, demonstra desconhecimento das possibilidades que lhe dormem em latência e afirma os conflitos de que se vê objeto. O amor, para tal indivíduo, não passa de um recurso para uso, para satisfações imediatas, iniciando pela projeção da imagem que se destaca, não percebendo que, aqueloutros que o louvam e o bajulam, demonstrando-lhe afetividade são, também, inconscientes, que se utilizam da ocasião para darem vazão às necessidades de afirmação da personalidade, ao que denominam de um lugar ao Sol, no qual pretendem brilhar com a claridade alheia.
Vemo-los no desfile dos oportunistas e gozadores, dos bulhentos e aproveitadores que sempre cercam as pessoas denominadas de sucesso, ao lado das quais se encontram vazios de sentimento, não preenchendo os espaços daqueles a quem pretendem agradar, igualmente sedentos de amor real.
O amor está presente no relacionamento existente entre pais e filhos, amigos e irmãos. Mas também se expressa no sentimento do prazer, imediato ou que venha a acontecer mais tarde, em forma de bem-estar. Não se pode dissociar o amor desse mecanismo do prazer mais elevado, imediato, aquele que não atormenta nem exige, mas surge como resposta emergente do próprio ato de amar.
Quando o amor se instala no ser humano, de imediato uma sensação de prazer se lhe apresenta natural, enriquecendo-o de vitalidade e de alegria com as quais adquire resistência para a luta e para os grandes desafios, aureolado de ternura e de paz.
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Joanna de Ângelis
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- Ouvindo: Cartola - O Mundo é Um Moinho -
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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ter Razão ou Ser Feliz?

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Oito da noite numa avenida movimentada. O casal já esta atrasado para jantar na casa de alguns amigos.
O endereço é novo, assim como o caminho, que ela conferiu no mapa antes de sair.
Ele dirige o carro. Ela o orienta e pede para que vire na próxima rua à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderão ficar mal humorados, ela deixa que ele decida.
Ele vira a direita e percebe que estava errado. Ainda com dificuldade, ele admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.
Ela sorri e diz que não há problema algum em chegar alguns minutos mais tarde.
Mas ele ainda quer saber: "Se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, deveria insistir um pouco mais". E ela diz: "Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos a beira de uma briga, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite".

MORAL DA HISTÓRIA

Essa pequena historia foi contada por uma empresária durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independente de tê-la ou não. Desde que ouvi esta história, tenho me perguntado com mais freqüência: "Quero ser feliz ou ter razão?"
a
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- Ouvindo: Maria Rita - Pagu -

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Auto-Encontro

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A ansiosa busca de afirmação da personalidade leva o indivíduo, não raro, a encetar esforços em favor das conquistas externas, que o deixam frustrado, normalmente insatisfeito.
Transfere-se, então, de uma para outra necessidade que se lhe torna meta prioritária, e, ao ser conseguida, novo desinteresse o domina, deixando-o aturdido.
A sucessão de transferências termina por exauri-lo, ferindo-lhe os interesses reais que ficam à margem.
Realmente, a existência física é uma proposta oportuna para a aquisição de valores que contribuem para a paz e a realização do ser inteligente. Isto, porém, somente será possível quando o centro de interesse não se desviar do tema central, que é a evolução.
Para ser conseguida, faz-se imprescindível uma avaliação de conteúdos, a fim de saber-se o que realmente é transitório e o que é de largo curso e duração.
Essa demorada reflexão selecionará os objetivos reais dos aparentes, ensejando a escolha daqueles que possuem as respostas e os recursos plenificadores.
Hoje, mais do que antes essa decisão se faz urgente, por motivos óbvios, pois que, enquanto escasseiam o equilíbrio individual e coletivo, a saúde e a felicidade, multiplicam-se os desaires e as angústias ceifando os ideais de enobrecimento humano.
Se de fato andas pela conquista da felicidade, tenta o auto-encontro.
Utilizando-te da meditação prolongada, penetrar-te-ás, descobrindo o teu ser real, imortal, que aguarda ensejo de desdobramento e realização.
Certamente, os primeiros tentames não te concederão resultados apreciáveis.
Perceberás que a fixação da mente na interiorização será interrompida, inúmeras vezes, pelas distrações habituais do intelecto e da falta de harmonia.
Desacostumado a uma imersão, a tua tentativa se fará prejudicada pela irrupção das idéias arquivadas no inconsciente, determinantes de tua conduta inquieta, irregular, conflitiva.
Concordamos que a criatura é conduzida, na maior parte das vezes, pelo inconsciente, que lhe dita o pensamento e as ações, como resultado normal das próprias construções mentais anteriores.
A mudança de hábito necessita de novo condicionamento, a fim de mergulhares nesse oceano tumultuado, atingindo-lhe o limite que concede acesso às praias da harmonia, do autodescobrimento, da realização interior.
Nessa façanha verás o desmoronar de muitas e vazias ambições, que cultivas por ignorância ou má educação; o soçobrar de inúmeros engodos; o desaparecer de incontáveis conflitos que te aturdem e devastam.
Amadurecerás lentamente e te acalmarás, não te deixando mais abater pelo desânimo, nem exaltar pelo entusiasmo dos outros.
Ficarás imune à tentação do orgulho e à pedrada da inveja, à incompreensão gratuita e à inimizade perseguidora, porque somente darás atenção à necessidade de valorização do ser profundo e indestrutível que és.
Terminarás por te venceres, e essa será a tua mais admirável vitória.
Não cesses, portanto, logo comeces a busca interior, de dar-lhe prosseguimento se as dificuldades e distrações do ego se te apresentarem perturbadoras.
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Joanna de Ângelis
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- Ouvindo: Céu - Lenda -

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Raul Teixeira - Em Busca da Felicidade

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Aborto Não!

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Afetividade Perturbada

A afetividade é o sentimento que se expressa mediante reações físicas positivas.
O ser humano tem necessidade de prazer, e todos os seus esforços são direcionados para usufruí-lo, evitando a experiência do sofrimento, excetuando-se os casos de transtornos masoquistas. Toda e qualquer busca, conscientemente ou não, aguarda a compensação do bem-estar, que é sempre a fonte motivadora para toda luta.
Desse modo, a afetividade produz uma reação de adrenalina no sangue que leva o indivíduo ao aquecimento orgânico, do qual decorre a sensação agradável do prazer, do desejo de estar próximo, do contato físico, do aperto
de mão, do abraço, da carícia.
A afetividade é inerente ao ser humano, não podendo ser dele dissociada, já que também é natural em todos os animais, inicialmente como instinto de proteção à prole.
Psicologicamente, a sua exteriorização tem muito a depender do convívio perinatal e suas experiências no ambiente do lar, particularmente com a mãe.
Por uma necessidade imperiosa de segurança—que a criança perde ao sair do claustro materno — o contato físico é de vital importância para o equilíbrio do ser. Inicialmente a criança não tem ainda desenvolvido o sentimento de afeição ou de amor, mas a necessidade de ser protegida, de ter atendidas as suas necessidades, o que lhe oferece prazer, surgindo, a partir daí, a expressão emocional, também sinônimo de garantia em relação ao que necessita para viver.
O sentimento da afetividade, porém, é quase sempre acompanhado dos conflitos pessoais, que decorrem da estrutura psicológica de cada um.
Quando não se viveu plenamente na infância a experiência tranqüilizadora do amor, a insegurança que se instala gera conflitos em relação à sua realidade, e todos os relacionamentos afetivos se apresentam assinalados pela
presença do ciúme, da raiva ou do ressentimento.
O ciúme, que retrata a falta de auto-estima, predominando a autodesvalorização, como decorrência da não confiança em si mesmo, transforma-se em terrível algoz do ser e daqueles que fazem parte do seu relacionamento.
As exigências descabidas, as suspeitas insuportáveis produzem verdadeiros cárceres privados, nos quais se desejam aprisionar aqueles que se tornam asfixiados pela afetividade do enfermo emocional. Nesse comportamento, a desconfiança abre terríveis brechas para a hostilidade e a raiva, que sempre se unem como mecanismo de proteção daquele que se sente desamado.
De alguma forma, essa conduta resulta do abandono emocional a que se foi relegado na infância, quando as necessidades físicas e psicológicas não se faziam atendidas convenientemente, resultando nesse terrível transtorno de
desestruturação da personalidade, da autoconfiança.
A desconfiança de não merecer o amor — inconscientemente — e a necessidade de impor o sentimento — acreditando sempre muito doar e nada receber — levam a patologias profundas de alienação, que derrapam em
crimes variados, desde os mais simples aos mais hediondos...
O medo de não ter de volta o amor que se oferece conduz à raiva contra aquele que é alvo desse comportamento mórbido, porque o afeto sempre doa e não exige retribuição, é um sentimento ablativo, rico de oferta. Toda vez que o amor aflora, um correspondente fisiológico irriga de sangue o organismo e advém a sensação agradável de calor, enquanto a animosidade, a antipatia, a indiferença proporcionam o refluxo do sangue para o interior, deixando a periferia do corpo fria, portanto, desagradável, perturbadora.
Todo aconchego produz calor na pele, bem-estar, enquanto que o afastamento gera frio, desagrado, tornando-se difícil de aceitação a presença física de quem é causador de tal sensação.
O amor não pode ser imposto, mas desenvolvido, treinado, quando não surgir espontaneamente.
Esse aflorar natural tem suas raízes nas experiências anteriores do Espírito, que renasce em condições ambientais propiciatórias ou não ao seu aparecimento, ao lado de uma família afetuosa ou destituída desse sentimento, o que contribui decisivamente para a sua existência, para a sua eclosão.
Em muitos relacionamentos o amor brota com espontaneidade e cresce harmônico. Noutros, no entanto, é conflitivo, atormentado, com altibaixos de alegria e de raiva, de ansiedade e medo, de hostilidade e posse.
A necessidade de amor é imperiosa, e subjacente à mesma, encontra-se o desejo do contato físico, enriquecedor, estimulante.
Quando se é carente de afetividade, a mesma se apresenta em forma de ansiedade perturbadora, que gera conflitos e insatisfações, logo seja atendida.
Em tal caso, produz incerteza de prosseguir-se amado, após atendida a fome do contato físico ou emocional. Enquanto se está presente, harmoniza-se, para logo ceder lugar à insegurança, à desconfiança.
Assim sendo, o amor se torna dependente e não plenificador. Transfere sempre para o ser amado as suas necessidades de segurança, exigindo receber a mesma dose de emoção, às vezes desordenada, que descarrega no
ser elegido. Essa é uma exteriorização infantil de insatisfação afetiva, não completada, que foi transferida para a idade adulta e prossegue insaciada.
A afetividade madura proporciona o prazer, sem o qual permaneceria perturbada, angustiante, caótica.
Amar, é um passo avançado do desenvolvimento psicológico do ser, uma conquista da emoção, que deve superar os conflitos, enriquecendo de prazer e de júbilo aquele a quem é dirigido o afeto.Amadurecido pela experiência da personalidade e pelo equilíbrio das emoções, proporciona bem-estar na espera sem ansiedade, e alegria no encontro sem exigência.

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Do livro: Amor, Imbatível Amor - Divaldo Franco Por Joanna de Ângelis

- Ouvindo: Victor e Léo - Lembranças de Amor -

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Estado Mental de Felicidade

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A problemática da felicidade encontra solução eficaz no comportamento íntimo do indivíduo em relação à vida.
Por que transferir para o futuro o momento de ser feliz, quando se pensa em conseguir determinados valores, que possivelmente não lograrão completar o quadro de harmonia e ventura pessoal?
Pode-se e deve-se ser feliz em cada instante, pois tal conquista procede do estado de espírito e não dos recursos materiais amealhados de que se pode dispor.
O dinheiro soluciona alguns problemas; projeta a personalidade; promove socialmente o indivíduo, mas não resolve as situações interiores, nas quais estão as bases da harmonia como do desequilíbrio.
É necessário valorizar-se o que realmente pode proporcionar a felicidade e não os seus acessórios. Digamos, então, que esta é um estado mental, variando de pessoa para pessoa, conforme o seu grau de evolução, portanto, a sua aspiração maior.
As conquistas materiais não dispõem do poder de fazer as criaturas felizes. Podem diminuir-lhes a aflição, atender a algumas necessidades, minorar amarguras, gerar bem-estar e conforto...
Esperando-se conseguir o beneplácito da felicidade, mediante as dádivas da cornucópia da fortuna, por exemplo, perdem-se muitos instantes felizes que dificilmente retornarão.
Essa felicidade dourada, sem preocupações, ociosa, não existe; é miragem que se dilui ante a realidade.
Podes conseguir o estado mental de felicidade permanente, crendo que ela é propiciada pelo amor a Deus, que a deposita no escrínio dos teus sentimentos, a fim de que aí a desdobres, brindando às demais pessoas.
Assim, não obstante as mudanças e circunstâncias em que te encontres, alterando o ritmo dos assuntos e acontecimentos externos, ela permanecerá contigo, porque está em ti.
O vendaval das paixões não a expulsa;
a frialdade do abandono não a empalidece;
o granizo da ofensa não a fere;
o ouro das ambições não a entorpece;
o fogo das lutas cruzadas não a atinge.
Ela permanece serena, e qual chama abençoada, com a sua luz aponta o caminho seguro a seguir aclamando as ansiedades do coração.
A felicidade plena e compensadora não é deste mundo. No entanto, germina e se desenvolve enquanto o Espírito avança pela estrada reencarnacionista, graças às ações desenvolvidas e ao comportamento mantido.
Reservada para o "reino dos céus", é indispensável que o homem lhe conduza as matrizes íntimas mediante as quais se desvela no momento oportuno.

Joanna de Ângelis a

- Ouvindo: Lemar Et Justine - Time To Grow -

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Campanha do Chocolate Caboclinho

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A Campanha do Chocolate Caboclinho do Centro Espírita Humberto de Campos precisa de você!

Demos início a uma campanha para ajudar esse trabalho assistêncial maravilhoso, que foi implantado pela Juventude Espírita Humberto de Campos a cerca de 12 anos e que hoje é muito bem desenvolvida por trabalhadores do CEHC e amigos não vinculados à Casa Espírita. A Campanha do Chocolate Caboclinho tem por sua atividade, o atendimento às pessoas que vivem nas ruas de Vitória da Conquista, onde às terças-feiras, após a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, saímos às ruas da cidade distribuindo chocolate quente, mingau, sopa, pão e o que mais dispusermos no momento... Para que esse trabalho continue sendo tão bem direcionado, contaremos com a ajuda de quem se interessar nos ajudar, para isso distribuiremos pelo Centro, alguns cartazes e panfletos, convidando a todos a trilharem o caminho do amor...

Que Jesus nos ilumine e proteja sempre...
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- Ouvindo: Maria Rita - Encontros e Despedidas -

Empolgada...

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Eu fui me empolgando e postando, e empolgando e postando que nem parei pra dizer o porque de colocar esses textos, ou até mesmo pra que coloquei...

Esse meu blog tem mais o intuito de levar até você, alguns textos que me levaram à reflexão ou me ajudaram de alguma forma... Então nada mais justo do que dividí-los com quem precisa, assim como eu precisei e precisarei de tantos outros que por ventura eu venha colocá-los posteriormente.

Escolhi o texto Amor e Matizes, da veneranda Joanna de Ângelis, pra iniciar as "atividades" desse blog, por ele nos levar à reflexão sobre o amor, tema que será muito divulgado por aqui. Vale muito à pena lê-lo, bem como todo o livro "Garimpo de Amor", da mesma autora espiritual, que trata do amor em vários aspectos da nossa vida.

Então é isso e como ela mesma diz no texto: "O amor é um tesouro que mais se multiplica à medida que se reparte." Vamos repartindo por aqui e por aí então...

Que Jesus nos ilumine e abençõe sempre!

- Ouvindo: Maria Rita - Cria -

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Bezerra de Menezes - O Filme

Música de Arilson Ferraz que está na trilha sonora do filme que conta a Vida e a Obra do Médico dos Pobres, o Dr. Bezerra de Menezes.

A Lei do Amor

O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os senti¬mentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra — amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.

O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencar¬nação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.

Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes la¬tentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adianta¬dos são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. — Lázaro. (Paris, 1862.)
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Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 8
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- Ouvindo: Timbaland - Apologize -